Fenômeno selfie: Autorretratos da cultura de consumo contemporânea.
Resumo
O presente trabalho propõe-se a analisar a atual emergência selfie no contexto da cultura do consumo contemporânea, considerando em especial o culto à autoexposição estetizada do corpo-imagem e suas relações com a lógica publicitária. Nesse sentido, objetiva-se uma reflexão crítica, tendo por referencial a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. A partir disto, postula-se que a imagem-selfie capaz de atrair o olhar do outro é produzida a partir de elementos estéticos e culturais idealizados, oriundos em grande parte da lógica publicitária que veicula recorrentemente modelos desejáveis de beleza, juventude, corpo fitness e celebridades. A alta ocorrência deste fenômeno de “dar-se ao consumo”, a fim de credenciar-se ao recebimento de ‘curtidas’, indica uma maneira de subjetivação escassa em experiências singularizadas, construida a partir de ideais mercantis que modelam hábitos, comportamentos, sentimentos e sonhos. Isso desvela uma sociedade que capitaliza as relações humanas, subordinando a lógica do desejo à lógica do consumo.
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