Entre palavras e imagens: o que se passa?

Marcelo Vinícius Costa Amorim, Tânia Maia Barcelos Maia Barcelos

Resumo


Este artigo decorre de trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado na Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Catalão (UFCAT/GO). Trata-se de uma parceria fecunda construída nos processos de escrita e orientação, buscando problematizar o que se passa entre palavras e imagens, por meio da aproximação com o poeta Manoel de Barros (1916-2014). A partir de Deleuze e Guattari (1995), Kastrup (2015), dentre outros, utilizamos o método cartográfico, aberto aos encontros, fluxos e saberes provisórios que nos possibilita, também, resistir os modos acadêmicos majoritários de escrever/pensar instituídos nas práticas cotidianas da universidade. A aproximação com o poeta possibilita aprendizados importantes: desenhar palavras de outras maneiras, apreciar miudezas e a velocidade das tartarugas. Neste processo, orientadora e orientando, desafiados a não se furtarem à condição de aprendizes, conquistam uma pequena saúde e constatam que a formação em psicologia pode, também, ser estética, poética e porosa a diferentes linguagens e despropósitos.


Palavras-chave


palavras;imagens;Manoel de Barros

Texto completo:

PDF

Referências


BARROS, M. Gramática expositiva do chão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.

BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.

BARROS, M. Meu quintal é maior do que o mundo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016.

BARROS, M. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.

CARPINEJAR, F. Teologia do Traste: A poesia do excesso de Manoel de Barros. 2001, 117f. Dissertação (Mestre em Literatura brasileira) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre: 2001.

COSTA, L. B. Ainda Escrever: 58 combates para uma política do Texto. São Paulo: Lumme Editora, 2017.

COSTA, L. B. Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista Digital do LAV. Santa Maria, v. 7, n. 2, p. 66-77, 2014.

DELEUZE, G. Crítica e clínica. São Paulo: Editora 34, 2011.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Kafka. Para uma literatura menor. Lisboa: Assírio e Alvim, 2002.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. vol. 1. Tradução de Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, 1995.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. vol. 4. Tradução de Suely Rolnik. São Paulo: Editora 34, 2012.

FONSECA, T. M. G.; COSTA, L. A.; MOEHLECK, V.; NEVES, J. M. O delírio como método: a poética desmedida das singularidades. Estudos e Pesquisas em Psicologia. Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p.169-189, 2010.

KASTRUP, V. Aprendizagem, arte e invenção. Psicologia em estudo. Maringá, v. 6, n. 1, p. 17-27, 2001.

KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, p. 32-51, 2015.

KASTRUP, V.; BARROS, R. B. Movimentos-funções do dispositivo na prática da cartografia. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Orgs.). Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, p. 76-91, 2015.

MACHADO, L. D. O desafio ético da escrita. In: Psicologia & Sociedade, v. 16, n. 1, p. 146-150, 2004.

POZZANA, L. A formação do cartógrafo é o mundo: corporificação e afetabilidade. Fractal, Rev. Psicol.; v. 25, n. 2, p. 323-338, 2013.

RODRIGUES, E. R. Poesia e imagem em Manoel de Barros. Revista Entrelaces, v. 1, n. 8, p. 41-51, 2016.

ROLNIK, S. O ocaso da vítima: para além da cafetinagem da criação e de sua separação da resistência. ARS, v.1, n.2, São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ars/v1n2/07.pdf. Acesso em: 10 fev. 2019.

ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 1989.