A falta de um bicicletário na Biblioteca Central Zila Mamede, UFRN
Resumo
O artigo pedala. Amparado metodologicamente na fenomenologia, analisamos as faltas presentes na não implementação de um estacionamento para bicicleta na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM), UFRN. Do ponto de vista das normativas a nível global-local, verificamos o que se diz objetivamente a respeito da mobilidade urbana sustentável. Analisamos o fenômeno da falta sob a perspectiva da arquitetura e psicanálise (Santos, 1998) e da produção do espaço (Lefebvre, 2006). Entendendo a BCZM participante duma lógica de universidade e cidade que é ao mesmo tempo código(s), símbolo(s), emoções(s), desejo(s). Aplicamos questionários online para analisar quantitativamente e qualitativamente a percepção das pessoas sobre deslocar-se em bicicleta até a UFRN, evidenciando subjetividades na dimensão do corpo-bicicleta na cidade (Sennett, 2003; Carmelini; Mizoguchi, 2021). A falta de um bicicletário na BCZM resulta em formas outras de armazenar as bikes: dá-se um jeito, improvisa-se. A biblioteca, pela falta, relega à informalidade o modal sustentável aqui discutido.
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