Trabalho em orquestras sinfônicas e governamentalidade

Eric Campos Alvarenga, Paulo de Tarso Ribeiro de Oliveira, Flavia Cristina Silveira Lemos

Resumo


Este artigo teve o objetivo de analisar relações entre as orquestras sinfônicas e a disciplina, a biopolítica, a segurança e o controle, ou seja, da governamentalidade por meio dos estudos de Michel Foucault. As sinfônicas materializam a produção de docilidade política, produtividade, subjetivação através do saber da música e gestão da vida em planos securitários com articulação à expansão da saúde com as práticas culturais e as econômicas, na sociedade contemporânea. Trata-se de texto teórico e analítico, baseado na arqueologia e na genealogia de Foucault. Destacamos que a música orquestral é uma maneira de inventar trabalho e de resistir no mesmo e com o mesmo, nos jogos de governo da conduta, ao mesmo tempo em que os corpos podem ser submetidos ao mercado mundial e se tornar capital social, humano e cultural, hoje, com as estratégias empresariais de gerência da vida por intermédio da cultura.


Palavras-chave


Orquestra Sinfônica; Trabalho; Disciplina. Biopolítica; Governo das condutas

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