Hamlet: o trágico entre a loucura e a coragem da verdade

Guilherme Augusto Souza Prado

Resumo


O presente artigo propõe se dedica à questão da loucura em Hamlet. Destacamos esta questão da peça fazendo ressoar a pergunta: que tipo de loucura é essa? Nos interessa interroga-la desde os deslocamentos e os inquietantes efeitos que a peça dispara. Para tanto, recorremos inicialmente aos estudos foucaultianos acerca das diversas formas historicamente determinadas que a loucura assume a fim de examinarmos como a loucura de Hamlet, indiscutivelmente distinta de nossa experiência contemporânea com o transtorno psíquico ou a doença mental, nos diz algo sobre nós mesmos. Na sequência, desvencilhada da negatividade da doença e da desrazão, mobilizamos uma interpretação trágica da insolência e da rebeldia da loucura de Hamlet para em seguida nos dedicarmos a uma tematização dos aspectos de desequilíbrio, transgressão, crime e sofrimento na tragédia. Por fim, colocamos aquilo que aparece como loucura no príncipe como uma atitude de vida cínica, ligada à coragem da verdade.


Palavras-chave


Arte; Loucura; Foucault

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