O que é ser contemporâneo hoje? Uma leitura interseccional.

Tábata Berg

Resumo


O que é ser contemporâneo no campo dos estudos sobre a subjetividade quando encontramo-nos em um contexto cujo passado de exploração colonial, escravização, expropriação e exploração de corpos-territórios feminilizados são constantemente reatualizados? Tateando o terreno, por meio de possíveis conexões entre objetividade e subjetividade, é possível arriscar algumas reflexões sobre a questão à qual fomos instigadas. Partindo desse chão e de suas mediações, entendemos que responder à provocação que nos foi feita, é uma tarefa hercúlea e a ser consolidada no dia-a-dia das nossas pesquisas. Porém nos parece imprescindível articulá-la à compreensão da dinâmica da moderna luta de classes brasileira em sua conformação interseccional que, em um país cujo passado insiste em atualizar-se,  passa pela compreensão daquilo que permaneceu e daquilo que mudou, ao mesmo tempo em que parece incontornável as consequências epistemológicas das críticas empreendidas a partir da entrada coletiva dos grupos subalternos no campo científico.

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