Sofrimento psíquico e convivência
Resumo
O artigo pretende refletir sobre os desafios enfrentados nos serviços de saúde mental frente ao sofrimento psíquico contemporâneo. Este, em especial nas dimensões do desamparo, da solidão, da violência e do esvaziamento subjetivo, sinaliza a fragilidade dos laços sociais e afetivos. Neste cenário apostar na potencialidade dos serviços de saúde mental territoriais e comunitários, como os Centros de Atenção Psicossocial ganha um novo e relevante sentido. Faz-se presente o desafio de articular acolhimento e escuta, em uma forma de cuidar emancipatória, que faça jus à vocação comunitária dos CAPS e permita enfrentar a solidão e o esvaziamento subjetivo contemporâneos. A convivência, a partir da experiência de parceria entre instituição de ensino e serviços de saúde mental, é apresentada como uma metodologia ética-política-clínica de cuidado. A produção de conhecimento compartilhado entre os diferentes atores sociais é apontada como forma de resistência no campo da saúde mental.
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