O incômodo das imagens: limiares e fronteiras da diferença

Maicon Barbosa, Luis Antonio Baptista

Resumo


Este artigo pretende pensar o incômodo das imagens como gesto ético e político presente em algumas produções cinematográficas. A partir do documentário Qu’ils reposent en revolte (2010), de Sylvain George, e de Fogo inextinguível (1969), de Harun Farocki, aposta-se no incômodo das imagens como possibilidade de deslocar nosso olhar diante da familiaridade, ou do não estranhamento, do outro filmado. Pretende-se, à luz das reflexões de Walter Benjamim, tomar esses filmes como experiências que interroguem a diferença concebida como fronteira, afirmando a potência da diferença como limiar, cujos contornos e domínios tornam-se indefinidos e abertos a outros sentidos. Ao desfazer a nitidez de um rosto e a limitação de um corpo, o incômodo das imagens conduz-nos a uma ética do informe, voltada àquilo que não se circunscreve por formas estanques.   


Palavras-chave


imagem; diferença; subjetividade

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