Trabalho em orquestras sinfônicas e governamentalidade
Resumo
Este artigo teve o objetivo de analisar relações entre as orquestras sinfônicas e a disciplina, a biopolítica, a segurança e o controle, ou seja, da governamentalidade por meio dos estudos de Michel Foucault. As sinfônicas materializam a produção de docilidade política, produtividade, subjetivação através do saber da música e gestão da vida em planos securitários com articulação à expansão da saúde com as práticas culturais e as econômicas, na sociedade contemporânea. Trata-se de texto teórico e analítico, baseado na arqueologia e na genealogia de Foucault. Destacamos que a música orquestral é uma maneira de inventar trabalho e de resistir no mesmo e com o mesmo, nos jogos de governo da conduta, ao mesmo tempo em que os corpos podem ser submetidos ao mercado mundial e se tornar capital social, humano e cultural, hoje, com as estratégias empresariais de gerência da vida por intermédio da cultura.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
ALBERTO, M. A. Como se produz artes em Belém: em cena o grupo de teatro cuíra. Ensaio Geral, 2 (3), 102-120, 2010.
BORCHERT, G.. A Orquestra Sinfônica: Uma economia de experiência estética. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2009.
CIURANA, M.; JUAN, L. C.. Hábitos físicos del pianista: problemas y posibles soluciones. Música y educación, 4 (80), 70-77, 2009.
DELEUZE, G. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
DELEUZE, G. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2005.
DUMAS, A.. O colar de veludo [1850]. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2005.
FEITOSA, L. R. C. E se a Orquestra desafinar? Contexto de Produção e Qualidade de Vida no Trabalho dos músicos da Orquestra Sinfônica de Teresina-Piauí. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Universidade de Brasília, Brasília, 2010.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
FOUCAULT, M História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: a história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1999a.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999b.
FOUCAULT, M. Segurança, território e população. São Paulo: Martins Fontes, 2008a.
FOUCAULT, M. Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.
FOUCAULT, M. Estratégia, poder-saber. Ditos e Escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
HIKIJI, R. S. G.. Música para matar o tempo intervalo, suspensão e imersão. Mana, 12(1), 151-178, 2006
MARCHIORI, L. L. M.; MELO, J. J.. Comparação das queixas auditivas com relação à exposição ao ruído em componentes de orquestra sinfônica. Pró-fono, 13(1), 9-12, 2001.
MENDES, M. H.; MORATA, T. C.. Exposição profissional à música: uma revisão. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 12(1), 63-69, 2007.
OLIVEIRA, C. F. C.; VEZZÁ, F. M. G.. A saúde dos músicos: dor na prática profissional de músicos de orquestra no ABCD paulista. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 35(121), 33-40, 2010.
PASSOS, I. C. F. Poder, normalização e violência: incursões foucaultianas para a atualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
TRELHA, C. S.; DE CARVALHO, R. P.; FRANCO, S. S.; NAKAOSKI, T.; BROZA, T. P.; DE LORENA FÁBIO, T.; ABELHA, T. Z. Arte e Saúde: Frequência de Sintomas Músculo-Esqueléticos em Músicos da Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina. Seminário: Ciências Biológicas e da Saúde, 25(1), 65-72, 2004.