Paradoxo do motorista de ônibus como passageiro: subjetividade, atividade, videografia

Jésio Zamboni, Maria Elizabeth Barros de Barros

Resumo


Esse ensaio teórico configura-se como uma experimentação analítica dos processos de trabalho do motorista de ônibus coletivo urbano pela produção videográfica. Trata-se de uma abordagem em que as dimensões da subjetividade e da atividade revelam-se intrínsecas uma à outra pela situação produtiva concreta, perspectivada como paradoxo a viver. O paradoxo que se toma como mote para esse estudo é o do motorista como primeiro passageiro, que nos indica que o transporte se constrói pela relação de trabalho essencial entre motorista e passageiro. A análise videográfica desde o olhar de passageiro desenha o espectador como expectante ativo de outras maneiras de fazer pesquisa sobre subjetividade e atividade, pelo paradigma transdisciplinar, e de outros modos de construir políticas públicas de transporte coletivo urbano, considerando como crucial os problemas da atividade produtiva concreta nessa construção.


Palavras-chave


Motorista de ônibus; subjetividade; vídeo

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