Influências das Mídias Sociais nas comunidades indígenas (Indígenas e mídias sociais)

Jaíne de Freitas Sampaio, Edinara Sousa França, Amanda Romênia de Oliveira Melo Souza, Juliana Linhares Cavalcanti de Alencar

Resumo


Esse artigo tem por objetivo identificar e compreender os impactos derivados da inserção das mídias sociais dentro das comunidades indígenas. Com o avanço da tecnologia e a ampliação da capacidade de transmissão do sinal da internet, as comunidades indígenas passaram a ter a possibilidade de uso do Instagram, Facebook e WhatsApp. A metodologia baseou-se em um levantamento de dados sobre o tema em artigos publicados em bibliotecas eletrônicas científicas e livros, com datas variadas entre 1991 a 2020, além de uma entrevista semiestruturada com uma representante da comunidade Pataxó. Os resultados encontrados mostraram que o uso dessas mídias sociais pelos índios tem o principal intuito de disseminação da cultura e divulgação das lutas indígenas, havendo também preocupação pelo excesso de utilização da internet pelos mais jovens. Conclui-se que o comportamento e a cultura não são elementos estáticos, mas estão em constante transformação independente da localidade.


Palavras-chave


Comunidades Indígenas, Mídias Sociais; Avanço da Internet; Comportamento.

Texto completo:

PDF

Referências


ALMEIDA, M. R. C. A atuação dos indígenas na História do Brasil: Revisões Historiográficas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 37, n. 75, p. 17-38. 2017.

BICALHO, P. S. S. Protagonismo indígena no Brasil: movimento, cidadania e direitos (1970-2009). 2010. 468 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

BUENO, C. Comunidades indígenas usam internet e redes sociais para divulgar sua cultura. Cienc. Cult, São Paulo, v. 65, n. 2, p. 14-15, 2013.

CAMPOS, L. J.; ALQUATTI, R.; PEREIRA, I. Artesanato, cultura e turismo: o discurso estético-político nas Arpilleras. Revista Hospitalidade, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 235-253, 2012.

CARDOZO, F. P. Considerações preliminares sobre produto turístico étnico. PASOS, Revista de Turismo Y Patrimonio Cultural, Amapá, v. 4, n. 2, p. 143-152, 2006.

CENTRO DE REFERÊNCIA TÉCNICA EM PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS (CREPOP). Referência técnica para atuação do(a) psicólogo(a) no Cras/Suas. Brasília: Conselho Federal De Psicologia (CFP), 2008.

CFP. Conselho Federal de Psicologia - CFP. 2004. Subjetividade e povos indígenas. Disponível em: https://site.cfp.org.br/?evento=subjetividade-e-povos-indgenas. Acesso em: abr. de 2021.

COSTA, A. C. A comunidade indígena e o mundo tecnológico: reflexões sobre os impactos das mídias sociais na vida dos aikewára. Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação, Anais. Pernambuco, p. 1-14, 2010.

CUNHA, M. C. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma. 2012.

CUNHA, M. C. Introdução a uma história indígena. In: CUNHA, M. C. História dos índios no Brasil (1992). São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

DE MORAES, D. O ativismo digital. Biblioteca online de ciências da comunicação. Covilhã, 2001.

DE OLIVEIRA, J. E. A história indígena no Brasil e em Mato Grosso do Sul. Espaço Ameríndio. Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 178, 2012.

DORNELLES, S. S. A questão indígena e o império: índios, terra, trabalho e violência na província paulista, 1845-1891. 2017. 266 f. Tese (Doutorado em História Social) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual De Campinas, Campinas, 2017.

FUNAI. Fundação Nacional do Índio - FUNAI. O Brasil indígena (IBGE). 2010. Disponível em: https://Www.Gov.Br/Funai/Pt-br/Atuacao/Povos-indigenas/O-brasil-indigena-ibge Acesso em: mar. de 2021.

GODOY, D. B. O. A. Vozes do Brasil: Diferentes identidades, um devir intercultural? In: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. Povos indígenas e psicologia: a procura do bem viver. São Paulo: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, 2016, p. 110-123.

GRUPIONI, L. D. B. Índios: passado, presente e futuro (1992). Índios do Brasil. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, 1994.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. PNAD: De 2005 para 2011, número de internautas cresce 143,8% e o de pessoas com celular, 107,2%. 2013. Disponível em: https://Agenciadenoticias.Ibge.Gov.Br/Agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/Releases/14404-asi-pnad-de-2005-para-2011-numero-de-internautas-cresce-1438-e-o-de-pessoas-com-celular-1072#:~:Text=Em%202011%2c%2077%2c7%20milh%C3%B5es,Idade%20(71%2c8%25). Acesso em: mai. de 2021.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tendências demográficas, uma análise dos indígenas com base nos resultados da amostra dos censos demográficos 1991 e 2000. Rio de Janeiro: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2005.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama Censo 2022. Disponível Em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/indicadores.html?localidade=BR. Acesso em: jul. de 2024.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Uso de internet, televisão e celular no Brasil. 2018. Disponível Em: https://Educa.Ibge.Gov.Br/Jovens/Materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e-celular-no-brasil.Html#Subtítulo-0. Acesso em: mar. de 2021.

JESUS N.; ALONSO K.; MACIEL, C. Presença dos indígenas de Mato Grosso na internet e na produção de mídias: militância, sustentabilidade e memória. Comunicação & Inovação, v. 16, n. 32, p. 73-86, 2015.

JESUS, Z. R. Povos indígenas e história do Brasil: invisibilidade, silenciamento, violência e preconceito. Anais Do XXVI Simpósio Nacional De História ANPUH, São Paulo, 2011.

MIRANDA, G. L. A história da evolução da mídia no Brasil e no mundo. 2007. 43 f. Monografia (Bacharelado em Comunicação Social) - Repositório Centro Universitário de Brasília, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

PEREIRA, E. S. Ciborgues indígen@s. br: a presença nativa no ciberespaço. 2007. 169 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) - Instituto de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Pós-Graduação sobre as Américas, Universidade de Brasília, Distrito Federal, 2007.

RIBEIRO, R. F.; MENDES, L. U. de C.; CRUZ MENDES, P. M. Tribos virtuais: uma análise do uso das mídias sociais pelos movimentos indígenas. Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n. 1, p. 18-26, 2016.

RODRIGUES, E. S. O lugar da psicologia nas questões indígenas. In: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. Povos Indígenas E Psicologia: A Procura Do Bem Viver. São Paulo: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRPS), 2016, p. 227-234.

TENÓRIO. Agência Brasil. Aldeia conectada: índios aderem às redes sociais. 2015. Disponível em: https://Agenciabrasil.Ebc.Com.Br/Cultura/Noticia/2015-10/Aldeia-conectadaindios-aderem-redes-sociais. Acesso em: mar. de 2021.

UNESCO. Declaração universal sobre a diversidade cultural. 2002. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000127160.

YOUNG, K. S.; ABREU, C. N. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2011.

VYGOTSKI, L. S. A formação social da mente (1978). São Paulo: Editora Martins Fontes, 1991.