A operação sacrificial de Hilda Hilst e Georges Bataille

Aline Leal Fernandes Barbosa

Resumo


Trata-se, neste artigo, de apresentar algumas obras de Hilda Hilst e de Georges Bataille para pensar a literatura como dispêndio, operação sacrificial de perda, que tem como resultado a produção de coisas sagradas. Dispêndio, excesso, gozo. Prazer, violência, morte. Essas noções e suas implicações foram fonte de diferentes formas de elaborações éticas e estéticas, filosóficas e literárias nesses autores. A partir da imagem do sol e de seu enfrentamento como postura transgressiva, queremos refletir sobre esses movimentos de perda e rarefação como próprios da literatura. Em todo o seu excesso e exuberância, provedor e castrador, o Sol nos dará a medida da transgressão.


Palavras-chave


Sagrado, excesso, transgressão

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