Gestalt-Terapia: a questão do sujeito psicótico no filme “Tideland”

Marcelo Vinicius Miranda Barros, Valéria Moreira Dantas

Resumo


Propõe-se a estabelecer uma análise do filme “Tideland” de Terry Gilliam, pela importância estética psicodélica do universo que transforma os elementos do mundo real em uma assimilação de um mundo de faz de conta. Por isso, essa película cinematográfica estabelece diálogo com o conceito de ajustamento psicótico da Gestalt-Terapia, pelo viés da literatura dos filósofos Marcos José Müller-Granzotto e Rosane Lorena Müller-Granzotto, promovendo ainda uma intertextualidade com a Filosofia de Jean-Paul Sartre, para compreender os aspectos da constituição psicológica da personagem Jeliza-Rose. Levanta-se uma hipótese diagnóstica, fundamentando esta com os sintomas de Jeliza-Rose, buscando pensar a relação da alucinação com a realidade. Procedemos a decomposição das cenas de “Tideland”. De tal intervenção metodológica, decorre nossa hipótese de que, nas cenas analisadas, é possível a psicose sem que haja a necessidade do afastamento da realidade, demonstrando tal conceito gestáltico, diferenciando-o de certas abordagens da Psicologia/Psicanálise ou Psiquiatria.


Palavras-chave


Gestalt-Terapia; Psicose; Tideland

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