O desejo de subverter o delírio na pesquisa

Erica Franceschini, Tania Mara Galli Fonseca

Resumo


Abrimos, percorremos e fechamos este texto com a seguinte questão: seria possível, no fundo, pensar sem enlouquecer? O questionamento de Deleuze nos serve como um intercessor para constituir uma outra experiência na pesquisa em Psicologia Social e Institucional, na qual intentamos fazer a escrita delirar. Consideramos, pois, o delírio como uma imagem que carrega um sintoma e se apresenta enquanto um atravessamento político e estético de nossas pesquisas, onde é possível, de fato, pensar. Neste sentido, o que afirmamos são novos enunciados à pesquisa, à escrita, ao delírio e ao pensamento, considerando que somos constantemente chamados a proble-matizar os corpos loucos da atualidade.


Palavras-chave


pensamento; pesquisa; delírio

Texto completo:

PDF

Referências


ARTAUD, A. Correspondance avec Jacques Rivière. In: ARTAUD, A. Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, 1970, p. 69-83.

DELEUZE, G. Conversações. São Paulo: Editora 34, 2000.

DELEUZE, G. Crítica e clínica. 2. ed. Tradução de Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34, 1997.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. 2. ed. Tradução de Luiz Orlandi e Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 2006.

DELEUZE, G. Nietzsche e a Filosofia. Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1976.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O Anti-Édipo: Capitalismo e Esquizofrenia. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.

FARINA, J. T.; fouc, T. M. G. O cine-pensamento de Deleuze: contribuições a uma concepção estético-política da subjetividade. Psicologia USP. São Paulo, v. 26, n. 1, p. 118-124, 2015.

FONSECA, T. M. G.; COSTA, L. A. As durações do devir: como construir objetos-problema com a cartografia. Fractal, Rev. Psicol., Niterói, v. 25, n. 2, p. 415-432, Maio/Ago. 2013.

FONSECA, T. M. G.; COSTA, L. A.; MOEHLECKE, V.; NEVES, J. M. O delírio como método: a poética desmedida das singularidades. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, Rio de Janeiro, ano 10, n. 1, p. 169-189, 2010.

FONSECA, T. M. G.; FRANCESCHINI, E. Trânsitos temporais: arquivos e testemunho. In: TIMM, L. (Org.). Arca efêmera. Porto Alegre: Território das Artes, 2016, p. 81-87.

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

FOUCAULT, M. Loucura, literatura, sociedade. In: Motta, M. B. (Org.). Problematização do sujeito: psicologia, psiquiatria e psicanálise. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p. 232-258.

GUATTARI, F. Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

KRUEGER, J. A. S/título. In: FARINA, J. T.; GARAVELO, L. M.; FONSECA, T. M. G. (Orgs.). Um olhar atelial: exercícios de uma literatura menor. Porto Alegre: Museu da UFRGS, 2014, p. 43.

LIMA, E. M. F. A.; PELBART, P. P. Arte, clínica e loucura: um território em mutação. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 709-735, Jul./Set. 2007.

PELBART, Peter Pál. A vertigem por um fio: políticas da subjetividade contemporânea. São Paulo: Editora Iluminuras, 2000.

UNO, K. A gênese de um corpo desconhecido. 2. ed. São Paulo: n-1 edições, 2012.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. 1. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2015.