Liberdade e determinismo no filme Abril Despedaçado

Sylvia Mara Pires de Freitas, Marlene Aparecida Wischral Simionato, Lucia Cecilia da Silva

Resumo


Neste trabalho, apresentamos análise compreensiva, pelo viés existencialista de Jean-Paul Sartre, do filme Abril Despedaçado. É uma coprodução entre Brasil-França-Suíça, livremente inspirada no livro homônimo do escritor albanês Ismail Kadaré, numa parceria entre Arthur Cohn e o brasileiro Walter Salles, respectivamente, produtor e diretor. A escolha de um filme como suporte para uma exercitação teórica justifica-se por constituir-se como um recurso didático que comporta a qualidade de levar o sujeito a pensar e a sentir diante das situações, reais ou fictícias. Nesse caso, o enredo nos convida a pensar o indivíduo constituindo-se como sujeito pelo empre-endimento de escolher-se na tensa e cotidiana relação ambígua que estabe-lece com as coisas e as pessoas. O sentido existencial que o filme nos doa assevera o valor da liberdade criadora e mantenedora e o quanto somos responsáveis pela maneira como produzimos nossa vida junto a outros.

 


Palavras-chave


Sartre; existencialismo; subjetividade

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Referências


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